Contributo para a Ordem dos Psicólogos Portugueses
Pode parecer estranho ligar estes dois conceitos dentro da maternidade saudável. A grande maioria aceita a possibilidade de os ligar apenas quando se fala de uma depressão pós-parto. Penso que seja muitas vezes por isso que quando sugiro esta possibilidade a mães/pais, fogem a sete pés, parece quase que estou a dizer que há algum problema. Mas não! Uma maternidade saudável é brutalmente exigente, é uma fase de crise e de reestruturação familiar, vivida com a ambivalência entre a beleza do momento e sentimentos de exaustão. Enquanto a sociedade anda a “vender” uma versão Disney da maternidade, perde-se a oportunidade de prevenção de dificuldades e de suporte na entrada desta “montanha russa”, tornando-a mais suave. A consulta psicológica pode ajudar:
1- Estar gravida pode não ser vivido como algo prazeroso e por isso esta vivencia terá impacto no nosso estado de humor e consequentemente no ambiente familiar.
2- Todos os bebés são únicos e há um período grande de adaptação e flexibilização que envolve todos os membros da família, quer seja o primeiro filho ou não.
3- Estar permanentemente a cuidar, pode ser desgastante, sufocante ou desesperante. É fundamental um equilíbrio entre o cuidado e o auto-cuidado.
4- As expectativas relativas ao envolvimento do companheiro/a podem resultar em dificuldades na parentalidade/conjugalidade.
5- Maternidade é também um mergulho no mundo emocional (consciente ou inconsciente). Pode ser um período de crescimento pessoal, se o permitirmos e investirmos.
Por tudo isto, se planeia ou já esta no mundo da maternidade, que tal marcar uma consulta?
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Direção Regional da Ordem dos Psicólogos.
Catarina Moura Pires
Psicóloga clínica e da saúde
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