Individualidade no Casal
Quando pensamos numa relação a dois, numa relação conjugal, poderá ser imediata a ideia de fusão, união e partilha. Estas componentes são realmente importantes, uma vez que a relação de casal é um prolongamento de aprendizagem adquiridas na infância, onde nos conhecemos e nos desenvolvemos ao nível das relações humanas. Uma relação de conjugalidade permite-nos ter contacto com partes de nós, que na maioria das outras relações sociais, não são postas à “prova”. Talvez aconteça porque a pessoa com quem partilhamos a vida, os bons momentos de vida e ainda os grandes desafios desta, se torne uma peça fundamental de nós, do nosso auto-conceito, fazendo realmente parte da nossa identidade.
Apesar disso, muitas vezes nos esquecemos da importância da individualidade, da nossa autonomia e das características que são apenas nossas. Estas “peças” são também fundamentais para a construção do casal, uma vez que este só é possível graças às características idiossincráticas de cada membro envolvido na relação. O casal nasce através de dois indivíduos, seguindo a lógica 1+1=3, onde é importante um Eu, um Tu, e que é da junção destes, que nasce um Nós, nasce o casal. Sendo assim, apesar de ser importante haver uma fusão, é preciso que esta seja parcial, uma vez que é igualmente importante que se lute pela individualidade. Estas duas forças paradoxais podem ser realmente difíceis de conjugar, no entanto, são ambas essenciais para a construção de uma relação saudável e feliz.
No fundo, o casal é um sistema dinâmico, uma vez que se depara momento-a-momento com diferentes dificuldades. Para além disso, encontra-se numa “dança” onde os pares envolvidos são então a individualidade e a conjugalidade, sendo que para que esta “dança” seja coerente é preciso que os seus elementos cooperem em equilíbrio.
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